7 de jun. de 2010

Rudolf Bultman

Rudolf Karl Bultimann
Breve Bibliografia:

Rudolf Karl Bultimann, um dos Teólogo mais influente do século xx,nasce em 20 de agosto de 1884,em uma pequena cidade de Wiefelstede no Norte da Alemanha,filho do pastor luterano e neto do missionário na África. Bultimann,tem por sua escola/tradição o luteranismo,seus principais interesses foram, Teologia, hermenêutica, Novo Testamento,as idéias notáveis em seus escritos foi a demitização.Em 1910 começou a trabalhar como docente na área da Bíblia Novo Testamento,em Marbug;em 1916,tornou-se professor em Breslau;em 1920 foi para Giessen e,em1921,transferiu-se para Masburg,onde viveu e trabalhou até o final da sua vida.Bultimann,estuda profundamente o NT,trazendo questões teológica sobre a demitologização, seu pensamento esta fundamentado em dois pontos, um é o método hermenêutica e outro a filosofia existencialista onde encontra em Heidegger um instrumento para explicar sobre as estruturas do existencialismo humano, acrescenta o pensamento de Heidegger a existência da fé cristã,onde acredita que estas duas modalidades que são a existência autentica e a inautêntica,referem-se ao ser e a fé,na palavra de Deus.Ele defendia que somente com uma pesquisa mitológica o Novo Testamento serviria para o homem de hoje.
Sua teologia do novo testamento foi escrita inicialmente em três volumes e é uma espécie de suma do pensamento Bultmaniano e é coerente com as premissas teológicas.
Sua pesquisa foi dividida em três partes; a primeira trata das premissas e motivos da teologia Neotestamentaria, a segunda da teologia de Paulo e João, e a terceira o desenvolvimento da teologia até a igreja antiga.
Ao contrario de outros teólogos Butiman percebia a multiplicidade de teologias no próprio novo testamento e para ele o cânon não se apresentava como unidade sistemática pelo contrario o querigma se apresenta de forma múltipla. Em sua teologia ele optou pela exposição da diversidade dos testemunhos resistindo a tentação da harmonização .Quanto a descoberta Bultiman diz que os escritos só confirmam o que muitos pesquisadores já diziam: “que a imagem do judaísmo de Jesus não era homogênea como seria de supor com base nos textos rabínicos.
Diferentemente de outros articuladores da neo-ortodoxia. Bultmann não é visto, como sendo um teólogo sistemático, porém um estudioso do Novo testamento.
Stanley J. Grenz e Roger E. Olson em sua obra Teologia do Século 20 referindo-se a Bultmann afirmam: Que sua principal preocupação era tornar a fé cristã e bíblica compreensível à mentalidade moderna. Ele procurou alcançar esse objetivo empregando uma interpretação existencialista do Novo Testamento, que vê a mensagem do antigo documento como Palavra de Deus dirigida ao indivíduo e pedindo uma resposta de fé individual.
Para entendermos a teologia de Bultmann se faz necessário compreender seu programa conhecido como demitologização do Novo Testamento. O objetivo dele era tentar eliminar os pressupostos culturais do Novo Testamento a fim de obter a mensagem salvífica de forma inteligível ao homem moderno. Esta tarefa de releitura existencial do texto bíblico é apresentada como programa de demitologização.
Ele acreditava que o Novo Testamento contém a Querigma salvadora de Cristo. A demitologização consiste em desnudar o mito do Novo Testamento e descobrir o Querigma original. Defendia, portanto, não a remoção, mas a interpretação do mito, a fim de visualizar o verdadeiro sentido dos textos do Novo testamento.

Demitologização
Bultmann identifica uma dupla tarefa na demitologização: a) NEGATIVA: é a crítica da imagem de mundo expressa no mito; b) POSITIVA: é o esclarecimento da verdadeira intenção do mito. Estas duas tarefas, a crítica e o esclarecimento, se unem na tarefa hermenêutica, na interpretação das Escrituras. Demitologizar, portanto, não consiste em eliminar o mito, como fez a teologia liberal, mas em interpretá-lo numa perspectiva antropológica/existencial, que ainda é capaz de falar ao homem de hoje.
Os críticos apontaram equívocos diversos no trabalho de Bultmann: Oscar Culmann o acusou de demitologizar o que não deveria, isto é, os fatos da história; Karl Barth disse que ele errou ao comprometer o NT com o existencialismo de Heidegger; Karl Jaspers o criticou por absolutizar a ciência moderna e a visão iluminista acerca do mito, que era extremamente negativa.
O Querigma:
Querigma é uma palavra grega que vem significar a proclamação de um decreto autorizado. Para Bultmann, a Palavra de Deus é querigma: “É a palavra que tem poder, que é eficaz. Ser pronunciada é essencial para essa palavra. Ela é anunciada e deve ser ouvida. É diretriz a ser seguida; ordem a ser observada.” É a palavra que interpela, é apelo! O evento da salvação é o evento da palavra, isto é, a salvação chega ao homem na proclamação da palavra interpelante do querigma e na sua acolhida dessa pela fé. A Igreja é o lugar da palavra, pois é mediante a Igreja e os seus mensageiros que ela é pregada. Assim, a Igreja fundamenta-se no evento da salvação/evento da palavra!

Tratando da teologia de Paulo e João, em Paulo ele examina o homem antes da revelação da fé. Analisando a teologia de João e das epistolas Joaninas, Bultman discute o dualismo joanino ,o envio do filho e as questões da fé para João, se mostra cético quanto a uma possível atribuição de autoria para o quarto evangelho e para as epistolas de João bem como o lugar e onde foi redigido , ele apenas diz que a atmosfera na qual surgiu é a do Cristianismo oriental, com muita probabilidade, ainda no primeiro século, visto que está atestado por citações em papiros do inicio do século II diz também que João não pertence a escola Paulina e não esta sob a influencia de Paulo.
Para determinar o lugar histórico do evangelho segundo João, serve uma comparação com os sinóticos, que inicialmente tem que restringir-se a forma e a temática, percebendo a distancia que separa João tanto da pregação de Jesus quanto da primeira comunidade, desta forma ficamos sem saber se conheceu um ou mais dos sinóticos, mas podemos afirmar que ele conhece a tradição trabalhada neles como podemos reconhecer em alguns ditos de Jesus, historia de milagres sobretudo, na historia da paixão.
As historias de milagres que o evangelista provavelmente colheu de uma fonte escrita revelam o estagio desenvolvido alem da tradição sinótica. Para o evangelista esses relatos adquiriram um sentido simbólico ou alegórico, registram breves diálogos didáticos ou de controvérsias, nos quais Jesus dá a resposta aos que tem perguntas honestas ou aos adversários com um breve dito categórico.
Em João encontramos um discurso mais prolongado ou um dialogo de vai e vem, motivado, alem de pelos milagres, por afirmações ou conceitos ambíguos como( ser nascido do alto) ou o termo( água viva). Enquanto os discursos de Jesus nos sinóticos, são, na maioria das vezes, ditos encadeados, em João eles são exposições coesas sobre determinado tema, ele não aparece nem como Rabi, nem como Profeta, ele se caracteriza o revelador que Deus enviou, e fala do seu ir e vir, do que ele è, e do que ele traz para o mundo.
Enquanto nos sinóticos se refletem os destinos, os problemas e a fé da comunidade mais antiga, em João não se percebe mais quase nada disso. As perguntas características da comunidade primitiva pela validade da lei, da vinda do reino de Deus ou pela demora de sua vinda emudeceram.
Ate certo ponto há uma coincidência entre Paulo e João e os demais livros do NT, João naturalmente fala da vida eterna como bem salvífico, em contra partida não se fala mais em Reino de Deus.
È convicção comum entre os cristãos que depois da elevação de Jesus foi concedido à comunidade o espírito, e o fato de que em João o Espírito é chamado o consolador, e não encontra paralelo em Paulo. O mais importante é que a terminologia histórico-salvifica de Paulo não ocorre em João.
Naturalmente a vida é o almejado bem salvífico tanto para Paulo como para toda cristandade primitiva para o AT e o Judaísmo
Ela se tornou a designação dominante somente naqueles círculos das religiões helenistas, e especialmente na gnose, para quais a vida deste mundo perdeu seu esplendor e seu valor em tal medida que ela é considerada uma vida fictícia, que na verdade está morta.É a partir desses conceitos que João escreve, e os conceitos verdade e vida ocupam o lugar dos conceitos de reino de Deus e justiça de Deus
A Posição Histórica de Paulo:
Paulo era originário do judaísmo helenista; sua pátria era Tarso da Cilícia. Em sua terra natal ele também entrou em contato com a cultura helenista, conheceu a filosofia popular e se familiarizou com os fenômenos do sincretismo religioso.
Sua conversão representou a sujeição obediente sob o juízo de Deus manifesto na cruz de Cristo sobre todo o realizar e glorificar-se humanos. A conversão o levou para a comunidade helenista, no qual trabalhou como missionário, em companhia de outro missionário helenista, Barnabé, que o levou como colaborador para Antioquia. Juntos defenderam o cristianismo helenista perante a comunidade primitiva na “convenção dos apóstolos”.
A única coisa significativa para ele da história de Jesus é o fato de que Jesus nascera e vivera como judeu sob a lei e que fora crucificado. Quando aponta para Cristo como modelo, ele não pensa no Jesus histórico, e sim no preexistente. Paulo tem sua posição no seio do cristianismo helenista.
A teologia paulina não é um sistema especulativo. O ato de crer é, ao mesmo tempo, um ato do conhecer, e analogamente o conhecer teológico não pode separar-se do crer. A teologia paulina trata de Deus não em sua essência em si, mas somente em seu significado para o ser humano, para sua responsabilidade e sua salvação, ou seja, vê o mundo e o ser humano sempre na relação com Deus. Por isso, e nesse sentido, a teologia paulina é simultaneamente antropológica.

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